Socorrismo

Um dia sugeriram-me que me inscrevesse num Curso de Socorrismo. É óbvio que respondi:
"Eu?!
Nem pensar!
Nem posso ver sangue ou alguém pálido que parece que vou desmaiar!
Quando entro num Hospital, sinto as pernas a tremer...
Como poderei fazer um curso de socorrismo?
Isso não é para mim!
Não cabe na cabeça de ninguém!!!"
Acontece que, com a argumentação de que "essas competências eram necessárias para o desempenho das minhas funções", lá me convenceram que não podia deixar de o fazer e, embora meia contrariada, acabei por frequentar o curso...
Além do esforço de, depois de um dia de trabalho, ainda ter 4 horas de formação, num total de 20 horas, o que já por si é suficientemente cansativo, ainda tinha a questão mental: fazer um curso, no qual, só de pensar nos conteúdos, já me dava uns certos arrepios na espinha, e tremeliques nas mãos... Escusado será dizer que passei o curso, quase todo, com os dentes cerrados, para conter os nervos e, além disso, volta e meia, a olhar para o tecto ou a tapar os olhinhos para não ver aquelas imagens que iam sendo apresentadas quando se falava de hematomas, hemorragias, fracturas expostas, queimaduras, politraumatizados, and so on, and so on...
Mesmo assim consegui terminar o curso com a classificação final de MUITO BOM!
E cá está uma das conclusões a que se pode chegar:
É possível sermos bons mesmo naquilo que nos parece que não temos apetência! (ou até mesmo "muito bons" :-))

Dois anos mais tarde, foi mais uma vez sugerida, desta vez, uma reciclagem de conhecimentos, com uma nova formação em socorrismo!
E, desta vez, a receptividade já foi um pouco melhor...
Porquê?!
Porque mesmo sentindo que não tenho qualquer apetência natural para esta área, parece-me importante a proximidade com a teoria, com o "saber-fazer".
Descobri que, TODOS DEVEM SABER COMO É QUE SE TELEFONA PARA O 112!
Sabiam que, quando se telefona para o 112, é um agente da polícia que atende?
Qual é a lógica de lhe estar a dar pormenores sobre o tipo de emergência médica da vítima? Só estamos a perder tempo...
Este curso devia ser obrigatório para qualquer cidadão, para que, as pessoas mais impressionáveis possam ajudar as pessoas com mais "sangue-frio".
Além disso, não se pode esperar que as pessoas que têm "sangue-frio" quando falamos das eventuais situações de emergência sejam as mesmas pessoas com "sangue-frio" em situação de emergência!
Sugiro então um mini-curso de socorrismo através da leitura deste link (brevemente disponível).