Trocadilhos - parte II

Dando continuidade ao tema/trocadilho da fidelidade e da felicidade, porque é um tema que parece que não se esgota, ficam a faltar ainda duas anotações nos papelinhos amarelos:

Ponto 1:
O ideal seria que a fidelidade e a felicidade caminhassem juntas mas se, com o afastamento da fidelidade, há aproximação à felicidade, então mais vale ser realmente feliz do que ficar a lamentar: podia ter sido feliz e não fui! E o peso do afastamento da fidelidade está lá na mesma, é exatamente igual, tem exatamente o mesmo peso! Oh pá, se é para estragar, que seja mesmo - afinal o resultado é igual!
Mas continuo a defender o mesmo princípio, ou seja, que a felicidade e a fidelidade caminhem juntas!

Ponto 2:
Que os casados, namorados, juntos, amancebados, amigados,  em concubinato, ou seja qual for a circunstância em que se esteja com alguém, esses sim, correm riscos de afastamento da fidelidade... Será verdade?
Os solteiríssimos não se afastam da fidelidade pois não devem satisfações a ninguém, nem assumiram qualquer compromisso? Será verdade?
Errado!
Na minha perspetiva é uma conclusão errada porque, mesmo os solteiríssimos, devem manter-se próximos da fidelidade, no que concerne aos seus valores e aos seus princípios basilares! Com esses, continua o compromisso e, por isso, se deve manter a aproximação à fidelidade. Só assim, poderão continuar com a felicidade por perto...
Digo eu! Digo eu e registo no papelinho amarelo!

Trocadilhos...


Nota introdutória: neste papelinho amarelo faço referência à fusão da Império Bonança com a Fidelidade Mundial e à nova marca dos cães vermelhos. Então que passe a publicidade e que se registe apenas a situação digna de registo no papelinho amarelo.


Quando começaram a aparecer na rua, os cartazes da nova seguradora, confesso que não li o que lá estava escrito... apesar de nos cartazes dizer "FIDELIDADE", a minha cabeça assumiu, sem qualquer margem para dúvidas, que os cartazes diziam, em letras vermelhas garrafais "FELICIDADE".
Só, mais tarde, quando tive oportunidade de ver o spot publicitário na televisão e ouvi o homem da locução a falar da nova seguradora me apercebi que estava enganada...
E estava mesmo muito enganada: quando pensava ou me distraía com FELICIDADE, na verdade, o real tema era FIDELIDADE!
Achei este trocadilho muito interessante e curioso para tomar nota num papelinho amarelo: fidelidade e felicidade - qualquer semelhança entre elas parece ser mera coincidência!
Ou não!
Não seria mais giro se não fosse coincidência?
Não seria mais giro se estas palavras caminhassem juntas?
Vamos a votos:
eu voto na felicidade;
mas também voto na fidelidade;
e se votar nas duas em simultâneo?
Será que é um voto nulo?
Cada um saberá de si... mas já estava na altura de pensar sobre o significado dos "votos nulos" e atribuir-lhes a importância devida que merecem! (sobretudo numa época política complicada!)
Enfim, trocadilhos para anotarem em papelinhos amarelos.... E por falar em trocadilhos, também achei este bem catita de tão simples!

Alive

O quê?
Eu?
Ir a um festival?
Naaaaa... já passou essa fase...
O quê?
Acampar porque é esse o espírito? Oh pá, para tudo, há idades!
Naaaaa... quando muito, até vou ao festival, mas fico lá num hotel ou numa pensão qualquer, vou lá agora acampar! Até já estou a imaginar aqueles bichos que aparecem no campismo e aquele barulhão do pessoal a falar alto, e ainda a tenda quente, quente, que não se consegue estar lá dentro, nem descansar, nem nada!
Ai! Ai! Ai!
É demasiado violento, pá!

Isto foi o "antes"....

Mas veio o "depois"...


ALIVE!

É essa a sensação: missão cumprida!
Primeiro o receio, depois o desafio, depois a FESTA!!!!, e a semana seguinte, top!
"Estás tão bem disposta?!" "Aconteceu-te alguma coisa, não?." "Ainda não contaste tudo!" " Ai que inveja!"
Não meus caros, o facto é que passar do "antes" para o "depois" faz sentir que:
- afinal não é tarde;
- afinal estamos sempre a tempo;
- afinal não havia razão para receio;
- afinal foi diferente
- foi sair da caixa
- foi ser irreverente: não? por que não?
- foi rejuvenescer! E muito!
- e sentir... ALIVE! so alive!

Só me lembro desta música, que não passou por lá, mas que ficou na cabeça tal como tantas outras que passaram por lá...



Porque é que temos receio de situações que depois de realizadas nos dão tanta satisfação? É uma situação a registar... num papelinho amarelo.

Benefício da dúvida

Mas afinal o que é isso do "benefício da dúvida" e que importância tem?
Para mim, é das características mais importantes e mais nobres da personalidade de alguém: ser capaz de dar o benefício da dúvida.
Aliás, só o facto de ser capaz de dar alguma coisa, já tem muito mérito - a menos que o que se esteja a dar seja alguma estalada, algum pontapé, ou porrada, enfim! :-)
Mas porque é que me lembro de falar desta coisa de "dar o benefício da dúvida"?
Porque desconfio sempre muito da convicção com que algumas pessoas dizem certas e determinadas afirmações e da teimosia com que defendem certos e determinados argumentos.
Acho que há um nome para isso: acho que lhe chamam teimosia! E a teimosia pode ser boa quando mostra que alguém não desiste facilmente de alguma coisa mas, não raras vezes, é algo diferente que acontece com alguém teimoso... parece-me que, na maioria das vezes, o teimoso não vai mudar facilmente de opinião, simplesmente para não demonstrar a sua insegurança. E, mais uma vez, a insegurança revela-se uma enorme condicionante das atitudes das pessoas e até da formação da sua personalidade! A insegurança está sempre lá!
Mas, voltando ao "benefício da dúvida", que está nos antípodas da teimosia, é um exercício muito simples e que ajuda muito à convivência em sociedade e até a criar mais empatia.
Não custa nada! Para fazer este exercício basta pensar: por que é que a outra pessoa tem uma opinião diferente da minha?!
À primeira vista parece que o que está a dizer é um perfeito disparate mas, a verdade é que, se o está a dizer, terá os seus motivos, os seus argumentos, estará a ver de um ponto de vista diferente, terá mais informação do que eu, poderá ter sido influenciado por variáveis diferentes, poderá estar num outro contexto, enfim, o que importa é que valerá a pena admitir, nem que seja por um momento: e se for verdade? e se, efectivamente, puder ser aquele o ponto de vista mais indicado. Deste lado não parece nada, mas do lado de lá, parece! Por que não, pelo menos, considerar a possibilidade? Há situações em que a razão pode estar repartida: de um ponto de vista sou eu que tenho razão, do outro ponto de vista, és tu quem tem razão! Por que não admitir que podem existir diferentes pontos de vista e diferentes razões para defender esses pontos de vista? Será preferível ficar numa conversa de surdos em que se está tão convicto dos motivos que nos levam à teimosia que nem abrimos um pequeno espaço para ouvir o outro? Por que não paramos para lhe dar ouvidos e até lhe dar o tal "benefício da dúvida"?
Porquê insistir na teimosia se as pessoas podem, de facto, ter pontos de vista diferentes?
Será que custa assim tanto dizer: oh pá, és capaz de ter razão, não estava a ver a coisa dessa maneira... oh pá, acho que estás enganado, mas eu vou verificar... oh pá, eu estava convencido que estava certo, tens a certeza do que estás a dizer?
É difícil, não? Será mesmo assim tão difícil?

Post Scriptum provocador: alguém um dia dizia "eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas". Na altura, foi muito criticado mas, hoje em dia, parece ser cada vez mais citado, e quando não é citado, parece que se insiste em praticar aquela célebre frase! Ups...

As pessoas são diferentes

As pessoas são diferentes.
É um facto incontornável.
Todos somos diferentes e, curiosamente, acredito que nem todos temos consciência desta realidade!
Mas "ter consciência" é muito diferente de "praticar".
"Saber" é diferente de "fazer" e de "estar".
Por isso, acaba por ser estranho quando observo pessoas que esperam que outras reajam da mesma forma que elas reagiriam em determinado contexto.
Isto acontece-me frequentemente: apesar de saber que as outras pessoas são diferentes de mim, por vezes, caio no erro de esperar que tenham a mesma reação ou o mesmo comportamento que eu teria naquele contexto.
Porque é que isto acontece?
Acho que é porque, por momentos, me esqueço que as pessoas são diferentes e acabo por me projetar naquilo que espero das pessoas. Acabo por ver nas outras pessoas um espelho daquilo que eu faria naquela situação... e é tão enganador! é mesmo uma ilusão!
Isto acontece com as outras pessoas? Ou será que só acontece comigo?
Apesar de sabermos que as pessoas são diferentes, por vezes, esperamos que tenham reações iguais às que teríamos.
Um pouco antagónico, não?

Desculpas...

Gosto de pensar que existe a palavra "desculpa"...
E gosto de a ver com o seu verdadeiro sentido, sendo ele o sentido de expressão de arrependimento.
O facto de podermos olhar para o passado (mais remoto ou mais recente) de forma crítica e admitirmos que mudamos de opinião ou de atitude, não faz de nós seres menores.
Acredito, pelo contrário, que o reconhecimento de que se esteve mal num determinado momento, podendo retratar-se e pedir desculpas é demonstrativo de uma grande nobreza de espírito!
Não quer dizer que se possa fazer disto um hábito e que a palavra "desculpa" nos sirva para nos permitir tudo apenas porque, mais tarde, teremos sempre a possibilidade de pedir desculpas.
Uma vez que acredito que o erro deverá ser uma exceção pelo que, consequentemente, também a desculpa deverá ser exceção.

Há quem diga que "as desculpas não se pedem, evitam-se!"
É uma frase feita, e como tal, vale o que vale. Numa primeira leitura, discordo totalmente desta frase, pois se defendo que todos têm o direito de se retratarem e de se arrependerem, pedido desculpas, não posso defender que se evitem as desculpas...
Mas ao ler as "entrelinhas" da frase, não posso deixar de concordar, porque o que devemos procurar evitar são as situações que levam ao pedido de desculpas e, por isso, evitando-se essas situações, também se evitam várias desculpas!

E em conclusão, simplesmente porque me apetece, deixo este registo:
"Situações" que não devem ser evitadas, de forma alguma, são aquelas que vão sendo descritas nos papelinhos amarelos! Não há desculpas! :-)

Lágrimas de alegria!

É, realmente, das melhores coisas que a vida tem:
- Podermos chorar lágrimas de alegria!
Não acontece muito frequentemente mas, se acontece, há que registar, para mais tarde recordar...
Hoje foi um daqueles dias em que só o tom de voz do outro lado do telefone me fez chorar lágrimas de alegria. Não há nada como trazer euforia para pequenos momentos, nada como exagerar na alegria das pequenas coisas, nada como festejar o dom da vida e viver intensamente!
Desta vez faço um registo num papelinho amarelo para partilhar aquilo que tenho adotado como princípio para viver: não acho que devamos viver a vida dos outros, mas se há alegria nos outros, por que não partilhá-la, e também vivê-la? Apesar de não viver a vida dos outros, entendo que vale a pena viver as alegrias daqueles de quem gostamos, por que não? Dá-nos energia!
Como filosofia de vida, defendo que devemos exagerar nas alegrias, nos bons momentos, transformar as pequenas boas coisas em grandes acontecimentos e viver intensamente!´
Em contraponto, defendo também que não devemos dar importância a tristezas, nem aos maus momentos - se são maus, para quê prolongar? Há que "chutar para canto" e seguir para a frente sem dar mais importância do que aquela que tem! Tratar com respeito, aprender com eles, mas desvalorizar e colocar no compartimento ao lado do esquecimento.
Por isso hoje é um grande dia, um dia em que chorei lágrimas de alegria! E quando parecia que as lágrimas estavam a chegar aos olhos, deixei-me ir e chorei e ri ao mesmo tempo - é tão bom!